Eu não viajo apenas para marcar mais um lugar na minha lista de lugares para conhecer antes de morrer, eu viajo para ir. Eu viajo pela causa que é viajar. A grande questão é me mover. É sair, é ver outras coisas e sentir outros cheiros.
Eu sempre tive essa mania de me apaixonar por países, cidades e culturas. Eu me apaixono pelos oceanos e montanhas. Eu posso me apaixonar apenas lendo National Geographic ou passeando pelo Google Earth.
Podem me julgar!
Eu nunca me canso de carregar minha mochila de um lugar para outro. É como ter uma sequência interminável de coisas para viver numa vida tão curta. Eu sempre estou falando:
“Sou apaixonada pela Argentina”
“Sou apaixonada pela Finlândia”
Ok, eu já estive nesses lugares. Mas o que significa quando eu me apaixono por lugares onde nunca estive antes? Estou completamente morrendo de amores pelo Quênia, assim como sempre estive pelo Japão.
Então, tenho sintomas de dromomania? O que isso significa?
Apaixonar-se por um lugar se parece muito com a fome, mas também é satisfação. Há este desejo constante por mais; tudo que eu posso pensar é querer ver mais e sentir mais novos lugares. A aventura me consome. A saciedade só chega quando eu finalmente planto meus pés no lugar. Antes disso, sinto um calor, uma febre de alegria só de pensar nos guerreiros masai que posso encontrar, nos quimonos lindos que verei, na mitologia…
Essa é minha fissura. Meus olhos precisam ver isso. É claro que às vezes me apaixono mais profundamente por um lugar, e esse sentimento se torna cíclico: eu desejo constantemente voltar para Buenos Aires, Madri, Tampere etc. Desejo mais do mesmo. Só te falo uma coisa: viajar é viciante e acho sim que sofro de um mal conhecido como dromomania, uma vontade intensa, incontrolável e fora do normal de viajar.
O que eu acho mais interessante em me apaixonar por lugares, é que eu nunca me decepciono. Eu posso encontrar uma nova paixão pelo Chile em um mapa só olhando seus trajetos e pontos de interesse, mas quando corro meus olhos na Nova Zelândia já começo a cobiçar um novo momento. A sensação de se apaixonar é viciante por si só, mas eu não tenho muito tempo e nem muito dinheiro.
E existe aquele momento ruim em que tudo que começa, um dia tem que terminar. Aquele momento em que tenho que embarcar de volta para casa, aperto o cinto de segurança e olho pela janela para a terra onde vivi uma grande paixão e me sinto devastada por ter que ir embora. Tento me consolar e me convencer de que “um dia eu volto”!
E realmente eu posso voltar, mas no fundo do meu coração eu sei que o curso natural da minha vida é ver o resto do mundo antes de começar a circular de volta.
Eu constantemente temo que um dia eu possa não ter mais condições para viajar. Em algum lugar no fundo da minha mente, eu sei que este não é o caso, porque mais uma vez, a questão é estar em movimento. Nesse tipo de situação meu bolso vai sangrar e secar a qualquer momento, mas eu não me importo – vou lá, trabalho mais um tempo e me refaço.
Um viciado em viajar sofre cada vez que olha para o relógio do trabalho, e fica se tremendo pensando nos dias de férias e no dinheiro que precisa ser guardado e no planejamento todo. Cada minuto livre eu passo olhando sites de serviços de viagens para qualquer lugar do mundo. Pesquisar comidas exóticas que eu gostaria de experimentar é minha forma preferida de procrastinar.
Peço desculpas antecipadas para todo mundo que convive de alguma forma comigo, mas meu negócio é falar dos meus planos de viagem. Minhas postagens, minhas declarações, incessantemente são como contagens regressivas para o próximo destino. Eu não estou fugindo de nada, nem de mim nem de ninguém.
Sou uma viciada em viagem, e sair é meu alimento.
Não é uma antipatia pelo lugar onde vivo, mas sim um desejo de descobrir e aprender e depois voltar para casa. Porque voltar para casa é uma das melhores sensações depois de uma longa viagem.
Gêzinha… somos compatíveis!!! Tenho este defeito, e digo mais, meu sonho de consumo é pedalar na Toscana ao pôr do sol… chegando à um destino incerto para encerrar a noite acompanhado de uma boa massa em embalado por um tinto suave a desfibrilar com uma relaxante tarântula… me acompanha?? Loucura de delírio… nada comparado à las masitas con dulce de leche al suave y enoviado tango con té de manzanilla…
Viajar é a melhor loucura que você pode se permitir. Meu conselho é: viaje sozinho!
A Geisa é viciada em viajar sim! Para ser a única pessoa disposta a sair de Maringá e vir me visitar em João Pessoa, entre uma viagem e outra, tem que ser muito viciada mesmo. Não sei se é mal de quem tem esse vício, mas o bom é que ela se adequou ao ambiente aqui de casa sem frescura e olha que aqui é meio “inóspito” por assim dizer hahahahahaha! Volte logo!
Claro que eu vou voltar! Temos muitos camarões para comer nessa vida em João Pessoa!!! Eu não me importo com coisas, me importo em estar com os amigos!