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Intercâmbio

Estudar e trabalhar na Irlanda: tudo o que você precisa saber sobre Intercâmbio em Dublin

Sair do Brasil, começar uma vida nova em algum lugar distante é um desafio grande, muita gente quer mas poucos tem coragem pra seguir em frente… Fazer um intercâmbio é uma das opções que mais agrada quem quer mudar de ares, mas com uma certa “estrutura” por trás!

Em 2014 eu decidi largar faculdade, trabalho em multinacional e minha família e amigos (a parte mais difícil na real) para estudar e trabalhar na Irlanda. Eu decidi fazer intercâmbio em Dublin e vim pra cá para ficar um ano, e já fazem três que cá estou!

phoenix park dublin

Phoenix Park, Dublin

Neste post eu quero compartilhar com vocês todas as dicas e informações necessárias para que você faça uma escolha segura, sem cair em roubadas e sem bater arrependimento… Espero que vocês gostem!

Por que Irlanda?

Atualmente, nós brasileiros, temos um passaporte bem aceito em vários lugares do mundo. Entre em uma agência de intercâmbio, ou viagens, e peçam sugestões de destinos e vão chover países e cidades no seu colo!

Sendo assim, eu escolhi a Irlanda por dois motivos principais:

1. Motivo prático

Irlanda e Austrália são os únicos países em que nós podemos comprar apenas cursos de inglês (sem precisar fazer faculdade, MBA e etc) e ganhamos com isso o direito de trabalhar legalmente. Isso aumenta muito a segurança e o número de oportunidades, para quem precisa trabalhar para se manter no país durante o período do visto.

Mas Vanessa, por que não Austrália? Por causa da grana meu povo! A Austrália pede que você apresente uma quantia de dólares australianos, para cada mês de curso, depositados em uma conta no Brasil como comprovação de renda. Aqui na Irlanda é muito mais barato, e o visto tem mais vantagens, vou explicar isso a seguir.

2. Motivo emocional

A Irlanda fica na Europa, e a Europa tem as empresas low cost que nós tanto amamos!!! Viajar foi sempre uma prioridade quando cheguei aqui, com muito foco e suor eu consegui visitar 19 países nesses 3 anos, e ainda vou ver mais alguns antes de voltar para o Brasil…

Esses dois motivos, aliados ao fato de que a qualidade de vida aqui é maravilhosa (leia-se salário mínimo ótimo, segurança…) foram os pontos decisivos da minha escolha.

Visto para brasileiros

O visto que eu apliquei, e que 90% dos brasileiros aplicam, é o Stamp 2 (visto de estudante com permissão de trabalho).

Sobre o Stamp 2

Para obter esse visto é necessário estar matriculado em um curso de duração de 25 semanas, com carga horária de 15 horas semanais, o que te dá direito de ficar no país por um período total de 8 meses (6 meses de curso + 2 meses de férias).

Com este visto é possível trabalhar por 20 horas semanais nos períodos de em que você está tendo o curso, e 40 horas semanais nos dois meses de férias. Ele pode ser renovada mais duas vezes, e depois se você quiser permanecer no país estudando vai ter que passar para o próximo nível, fazendo uma graduação ou MBA, pós…

Como tirar o visto para estudar e trabalhar na Irlanda?

Este visto é obtido no escritório da imigração (GNIB) e não no aeroporto. O que eles vão lhe dar no aeroporto é um visto de turista de 3 meses, como em qualquer país europeu, e vão te pedir para regularizar a tua situação no GNIB dentro desse tempo.

Quanto custa o sonho de estudar em Dublin?

Bom, esse sonho não é barato, mas compensa e se você for um mínimo ligado com seu dinheiro, pode juntar o valor de volta trabalhando aqui.

Qualquer agência que vocês foram contatar vai passar o valor dos cursos em Euro €, pois o valor final que você vai pagar no curso vai depender da cotação do dia.

Pacote básico

O pacote básico que é vendido geralmente consiste em:

  • Curso de Inglês de 25 Semanas
  • 8 Semanas de Férias
  • 1 Semana de Acomodação
  • Transfer (translado do aeroporto até a acomodação)
  • Seguro Obrigatório Governamental
  • Learner Protection

Alguns destes pacotes ainda oferecem chip telefônico, livros da escola inclusos, exame de qualificação (TIE, Cambridge, IELTS…), tours pela cidade, isso vai depender muito da agência ou da promoção que você pegar naquele mês, mas o pacote básico contém isso aí!

Por tudo que eu citei no pacote básico, se paga uma média de €2.500 euros (ou R$9.500 reais, com a cotação do euro em 3.80). Mas existem outros gastos que você precisa adicionar aí na conta: taxa de obtenção do visto (€300) e comprovação de renda de €3.000 (eles fazem uma conta de que se precisa de pelo menos €500 para cada mês de curso.

Somando tudo temos €2.500 + €300 + €3.000 = €5.800 ou R$22.000, é barato? Não, não é… Tem quem prefira pegar esse dinheiro e comprar um carro, eu preferi conhecer o mundo!

Escolhendo escolas e agências

Como é um gasto muito grande, é necessário que você escolha uma agência decente, que vai te dar o suporte para que você passe por todo o processo tranquilo e sem riscos.

Pergunte a outros brasileiros

A primeira coisa é ir atrás de pessoas que já fizeram intercâmbio e ouvir a opinião delas sobre as agências, perguntar como foi o suporte, se elas precisaram deles em algum momento de perrengue, como eles agiram para ajudar… Pergunte para o máximo de pessoas que você puder, e depois comece a busca pelo melhor valor!

Tipos de cursos

Cada agência vende vários tipos de cursos, isso permite que eles te apresentem uma gama melhor de valores e escolas, e o que manda nesse valores é a qualidade da escola, que são geralmente classificadas em: budget, standard e premium.

Escolhendo o curso

O cara que vendeu o curso pra mim foi bem honesto, e eu sempre dou a mesma dica quando me perguntam o quanto investir em um curso. Você vai vir pra cá para ficar seis longos meses, de início vai ser muito legal ir pra escola, vai ser por algum tempo a sua única atividade no dia e tudo é novidade.

A medida que você começa a trabalhar, ficar cansado e a escola não se torna mais uma prioridade, é cada vez mais difícil manter a porcentagem de presença alta, e se você investiu um valor muito alto em um curso, vai estar perdendo dinheiro não indo ou não prestando a atenção nas aulas.

Comprar um curso de valor mais baixo, vai permitir que você tenha essa flexibilidade maior com o dinheiro, e com o seu tempo, pois não vai ter aquela pressão de estudar muito durante 6 meses.

Se a sua intenção é vir pra cá para trabalhar e viajar (e não para se tornar professor de inglês), não tem porque investir pesado em um curso caro.

Essa dica também vale para aqueles que estão em níveis iniciais de inglês, pois nesse caso o ensino muda pouco de escola para escola, são nos níveis mais altos que as escolas investem em melhores professores e material.

Cheguei, e agora?

Acomodação e conta no banco

A primeira coisa quando se chega no país é procurar uma acomodação, a maioria do pessoal aluga um quarto ou uma vaga (uma cama) em uma casa compartilhada porque é a maneira mais barata e mais rápida de se conseguir.

Com endereço fixo, você pode abrir uma conta no banco para depositar os €3.000 que devem ser apresentados na hora da obtenção do visto.

Buscando emprego em Dublin

Já regularizado no país, é hora de ir atrás de um emprego! A maioria das vagas para imigrantes que não são europeus são as vagas de subemprego: empresas de limpeza, garçom, barman, barista, au pair, lavador de pratos, auxiliar de cozinha, plaqueiro.

Ao contrário do Brasil é possível sobreviver, e bem, com a renda paga nesses trabalhos, aqui não é vergonha pra ninguém trabalhar nessas áreas e todo mundo tem acesso à um mínimo de conforto para viver.

Muitas dessas vagas são conquistadas através da famosa indicação, o lado bom de ter muitos brasileiros na Irlanda, e através de currículos entregues no local.

É difícil conhecer pessoas que conseguiram seus empregos através de envio de currículos por e-mail, geralmente o que acontece é, a pessoa sai entregando currículos de porta em porta, uma das pessoas com quem ela falou vai com a cara dela, chama para fazer um teste e se ela passar, a vaga é dela!

Com emprego garantido, visto na mão, conta no banco e muita coisa nova pra viver, é só manter o foco nos seus objetivos, como vou falar mais abaixo.

Dicas, dicas e mais dicas…

Se conselho é bom ninguém dava, vendia, não é mesmo? Não, não é… Conselho de gente do bem, que só quer ver o sucesso dos outros e que pode falar com propriedade porque viveu a experiência é muito bom sim! rsrsrs

Mantenha o foco

E o primeiro, e acho que mais importante, que eu vou dar é para vocês manterem o foco! Essa vida de trabalhar menos do que o Brasil, ganhar mais e ter menos responsabilidades, unido ao fato de que a Irlanda é um país maravilhoso pra quem ama uma festinha, pode acabar te engolindo e quando você se dá por conta tá quebrado, ilegal, sem poder sair do país para viajar e não construiu muita coisa de concreto.

Veio para aprender inglês? Não esqueça de focar em estudar para ter uma validação internacional. Veio para viajar? Não esqueça de guardar dinheiro pra isso e programar suas férias e dias de folga pra isso. Veio para ficar aqui e fazer faculdade? Não esqueça de se informar, ver todo o processo como funciona e ir guardando dinheiro para esses próximos anos.

A facilidade da vida aqui, e a qualidade de vida, nos permitem ter um mundo de possibilidades não só na Irlanda, mas em toda Europa e no mundo, não desperdice essa chance!

Junte para emergências

Outra dica é para guardar uma graninha sempre para casos de emergência, infelizmente a gente não sabe o dia de amanhã, e já vi desde gente sendo roubada e perdendo quase tudo, à gente se acidentando feio e tendo que voltar para o Brasil nessa situação. Esteja preparado!

Estude inglês antes de vir

E a última, mas não menos importante, estude inglês já antes de vir. Comece a praticar, mesmo que você já tenha uma base boa, pratique a fala e a escuta, esteja treinado. O que vai desempatar entre você e um concorrente em uma vaga melhor de emprego, muitas vezes pode ser o nível de inglês de vocês.

Espero que eu tenha esclarecido e ajudado vocês nessa decisão, é um processo caro, trabalhoso, mas que traz experiências e muda a gente de uma forma linda e irreversível!

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Foto de Vanessa Kern
Vanessa Kern

Vanessa Kern

Gaúcha, atualmente intercambista em Dublin, na Irlanda. Divide (tenta) seu tempo entre viajar, passar perrengues, acompanhar 200 séries e manter todas suas redes sociais atualizadas.

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4 pessoas comentaram!
  • Oi Vanessa,

    Adorei a matéria. Estou me organizando para ir em breve, tipo mês que vem, como estava indo para Europa e estou sem prego no Brasil, resolvi aproveitar que já vou estar por ai e investir no intercambio.

    Você comentou que largou faculdade, emprego e tudo e foi… bem tenho 32 anos tenho mais de 10 a os de experecia em suprimentos na industria de petroleo e gas, mas no momento estou desempregada, e justamente ao invés de gastar o que ainda tenho sobrevivendo aqui decidi ficar por ai um tempo. Eu não me formei aqui ainda, sempre priorizei meu emprego e larguei dois cursos sem finalizar, porém agora que estou parada resolvi tentar mais uma vez, e confesso que é que esta me deixando mais agoniada, largar mais uma vez a faculdade.

    Você achou que valeu a pena? você esta se esta se formando por ai, ou tem intenção de se formar?

    quanto a agencia que você utilizou, poderia passar o contato, to fazendo tudo meio em cima da hora, mas não quero fazer uma escolha errada, ao menos estou tentando não fazer.

    Se puder me responder, fico muito grata!

    • Bom dia Gabriela, muito obrigada pelo seu comentário, que bom que você gostou!

      Então, sobre a faculdade, eu acho que é melhor ir sem estar formada mesmo, e depois terminar quando voltar. Se você pensar, é mais fácil se reinserir no mercado quando a gente está estudando, pois podemos aplicar para estágios e trainees.
      Fora que voltando de lá com inglês fluente, seu currículo vai ficar melhor ainda, muitas empresas apreciam o candidato que tem um intercâmbio no currículo pela experiência de se virar em outro país (mostra resiliência, facilidade de adaptação e etc).

      Quanto à agência, eu fui pela Egali, mas existem outros ótimas agências… Procure feedback delas na página do Facebook, no site Reclame Aqui e veja se tem algo que desagrade.

      Espero que tenha ajudado! Qualquer coisa você pode me contatar no meu Instagram @savepelomundo
      Abraço

    • Olá Gabriela, tudo bem?
      Me chamo Saul, e estou mais ou menos na mesma situação que você.
      Trabalhei durante uns 7 anos com atendimento a clientes, na área de vendas, como barman e etc… e em abril de 2018 pedi conta na Vale onde trabalhei por 6 anos e 5 meses na área de manutenção mecânica. E assim como você, também iniciei 2 faculdades e acabei largando na metade, e agora comecei uma outra a distância, mas me vejo na mesma situação sua, a única diferença é que estou empregado, mas confesso que estou sobrevivendo também. E como tenho uma grana guardada, quero muito ir pra Irlanda pra aprender inglês e trabalhar, para se algum dia voltar, isso irá agregar muito no currículo, como a Vanessa disse.
      Se ainda estiver no Brasil e estiver pensando em ir mesmo, se puder, entra em contato comigo por favor, pra gente falar melhor sobre isso, até por que imagino que com um colega as coisas tendem a ser mais leves.
      Me envia um e-mail por gentileza, se tiver interesse em ir mesmo, pra gente bater um papo melhor sobre isso.
      saulrandow@hotmail.com

      Um grande abraço.
      Aguardo retorno

  • Oi Vanessa, adorei o post. Ele me trouxe lembranças lindas de quando eu fiz intercâmbio em Dublin, há dez anos.
    Só fiquei na dúvida sobre sua dica em relação à escola. Aqui no brasil a gente não valoriza muito a educação, então é muito comum as pessoas não focarem tanto no aprendizado da língua durante o intercâmbio. Eu acho isso um erro que começa logo na escolha da escola. Como professor de inglês, devo dizer que uma escola séria contrata bons professores e os mantém atualizados e motivados em todos os níveis, inclusive nos iniciais (eles costumam até ser mais desafiadores para o professor).
    Imagina matricular-se numa escola ruim e ter que ir todo dia para esse lugar, durante toda a duração do seu intercâmbio?
    Quando eu fui, eu não era e nem tinha a intenção de me tornar professor de inglês, mesmo assim achei que investir em uma boa escola foi a escolha certa.

    Abraço

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