Sempre viajei muito, mas dessa vez é diferente! Estou viajando há 5 meses fazendo Trabalho Voluntário na Europa trocando horas de trabalho por hospedagem e alimentação. O trabalho voluntário, como algumas pessoas chamam, é uma experiência de imersão cultural total. É aprender com o diferente e sair da zona de conforte todos os dias!
A convite da Amanda do Prefiro Viajar, venho aqui contar um pouco da maior empreitada que já me enfiei na vida: trabalho voluntário na Europa.
- Como viajar gastando pouco?
- Vagas de trabalho voluntário
- Visto para fazer trabalho voluntário
- Trabalhando na Europa
- Vantagens do trabalho voluntário
- Desafios do trabalho voluntário
- Sobre viajar sozinha
Como posso viajar gastando pouco?
Sempre gostei de viajar, já morei nos Estados Unidos, já fiz dois intercâmbios, viajei muito pelo Brasil, fiz América Latina…mas de 4 anos pra cá, desde que me formei e comecei de verdade essa tal “vida adulta”, tenho alimentado em mim a vontade de tirar um ano para viajar pela Europa.
Nunca soube exatamente como eu iria viabilizar este plano, mas nos últimos meses antes de sair do Brasil, eu decidi que de 2017 não passava!
Encontrando vagas de Trabalho Voluntário
Conheci um site de trabalhos voluntários ao redor do mundo chamado Workaway e não pensei duas vezes, essa era a chance que eu estava esperando para meter minhas coisas na mala, e cair no mundo!
Ainda quando estava no Brasil, comecei a conversar com pessoas e famílias que precisavam de algum tipo de ajuda com tarefas simples como house-sitting, language exchange, dog-sitting etc e como contra partida ofereciam hospedagem e alimentação durante o período que eu ficasse na cidade.
Visto para fazer trabalho voluntário
Muitas pessoas me perguntam se tenho visto de trabalho e a resposta é não! No meu caso, como não há nenhum salário envolvido, eu estou conseguindo viajar somente com o visto de turista. Lembrando que a permanência dentro dos países da área Schengen com o visto de turista é de 90 dias.
Trabalhando na Europa
Essa é minha primeira vez na Europa e minha viagem começou em Bordeaux, na França. Escolhi a França por ter uma verdadeira paixão pelo idioma. Apesar de já ter estudado no Brasil, essa foi a primeira oportunidade de praticar a lingua francesa fora do país.
Depois de Bordeaux, passei por outras cidades da França. Conheci algumas cidades da Espanha, Portugal e Itália e vivi momentos de muitas descobertas.
Há um mês estou no Reino Unido. Aqui trabalhei como voluntária num festival de música alternativa em uma cidade de menos de 300 habitantes, onde fiquei acampada por 4 dias e foi uma das experiências mais malucas e enriquecedoras que tive o privilégio de viver durante esse ano.
Vantagens do trabalho voluntário
Oportunidades como essa, te colocam frente à frente com as suas dificuldades e também te fazem desenvolver e enxergar potências. Elas te desafiam à sair da zona de conforto e interagir com o mundo de maneiras diferentes todos os dias.
Conviver com as diferentes formas de pensar e enxergar o mundo, fazer um trabalho que eu nunca teria a oportunidade de fazer e ainda deixar amigos espalhados pelo mundo inteiro, são coisas que dinheiro nenhum pode comprar.
No caso, essa é a viagem mais longa que já fiz até hoje. E pretendo ir até o final deste ano. Ficar tantos meses na estrada te faz entender quais são realmente as coisas que você precisa pra ser feliz. Você aprende também, a valorizar ainda mais tudo o que recebe das pessoas.
Desafios do trabalho voluntário
É claro que nem tudo são flores, conviver com pessoas que você não conhece pode ter sim suas dificuldades. Quando você divide a casa com pessoas que pertencem a outras culturas, você aprende que a melhor coisa é sempre dialogar. Colocar em pratos limpos. Mesmo que seja difícil, conversar é sempre a melhor solução.
Choque cultural
Problemas vão acontecer. O choque cultural é bem grande. Quando você sai da zona de conforto tem que estar disposto a questionar se aquilo que você acredita é mesmo a forma correta de viver a vida. As pessoas vivem de formas diferentes da sua. O que é ser bem educado para você, não necessariamente precisa ser para o outro. E vice-versa.
Para mim, todas as pessoas com as quais eu cruzei durante esse tempo foram essenciais no meu processo pessoal de aprendizado e amadurecimento. Quer coisa melhor pra aprender a ser flexível e adaptável do que viajar? Você nunca volta de uma viagem a mesma pessoa que era antes.
Para um viajante uma toalha limpa e seca pode valer mais que qualquer coisa no mundo. E um cházinho quente então ?! É tanta gratidão que transborda. E te faz alguém melhor pro mundo!
Solidão
Mesmo que você seja uma pessoa extremamente auto-suficiente, somos humanos, e todos nós precisamos interagir uns com os outros. Alguns mais, outros menos mas a vontade de dividir com o outro, vai acontecer. E nem sempre você terá pessoas afim de te escutar.
Está tudo bem, você só precisa descobrir uma forma de se expressar. Puxe assunto com as pessoas, mesmo que seja só aquele assuntinho besta, esforce-se! Vai valer a pena. As pessoas podem ser meio secas a princípio mas se você insistir um pouco mais, elas vão se soltando e você pode se surpreender em quão legais e abertas elas são.
Quando você está vibrando em uma frequência boa, só vai atrair pessoas interessantes. Não tem nada mais propício para encontrar viajantes do que viajando. Pessoas com histórias interessantíssimas, de mente aberta e visões super alternativas sobre a vida. Aí a gente se sente menos maluca, se sente acolhida.
Não estou dizendo aqui que precisamos desses “grupinhos” para sermos felizes, mas dividir ideias e ouvir pontos de vista distintos pode nos ajudar a entendermos um pouco melhor a nós mesmos.
Tédio
Não são todos os dias que você está afim de sair explorando, desbravando cidades, conhecendo pessoas e fazendo amigos. As vezes você só quer ficar em casa (hostel, casa de amigos etc) assistindo seriado, e qual é o problema disso? Nenhum!
Quando você viaja por longos períodos, a relação com o tempo muda! (ou pelo menos deveria mudar). Programe-se não para conhecer o maior número de países, mas sim para viver a cultura dos países pelos quais você tiver a oportunidade de passar.
E se bater mesmo o tédio, tente encontrar uma maneira de passar seu tempo. Talvez você descubra um novo hobbie como escrever ou fotografar… tudo isso vai render belos registros de uma época que você viveu longe de casa colecionando momentos.
Sobre viajar sozinha
Viajar sozinha é ter consigo sempre a melhor companhia. É não ter tempo certo para nada e poder re-arranjar seu planos sempre que quiser.
Aprender a abordar estranhos, viver na casa de estranhos, pedir ajuda à estranhos, agradecer aos estranhos, cozinhar com estranhos, trabalhar para estranhos, atender estranhos, dividir tenda com estranhos, tocar com estranhos, dançar loucamente com estranhos, pedir carona à estranhos, aceitar ajuda de estranhos, aceitar comida de estranhos, ficar amiga de estranhos e depois poder chamar a maioria deles pelo nome e lembrar de cada um com carinho… é maior onda!
A minha expedição está quase chegando na metade, mas ainda vem muita experiência boa por aí…Se você quiser saber um pouco mais sobre a minha aventura, sobre trabalho voluntário, sobre viajar sozinha e como eu planejei tudo isso, me siga nas redes sociais Instagram, Facebook e Youtube.
Oi Angélica! Muito legal o projeto. Queria tirar uma dúvida com você.
Qual o seu roteiro exato para conciliar todos os meses como turista pela Europa durante um ano legalmente?
Muito obrigada 🙂
Que lindo, Angélica!!!
É mesmo uma experiencia maravilhosa! Embarcamos nessa praticamente no mesmo dia, te acompanho e toro muito por vc!
🙂