O Myanmar é, provavelmente, o país menos cogitado quando pensamos em visitar o Sudeste Asiático. Sempre nos vêm primeiro à mente lugares como a Tailândia, o Vietnam, Laos e Camboja. O que (ainda) pouca gente sabe, é que o Myanmar pode ser um destino turístico impressionante e bem mais barato que os outros países citados acima. Aqui, vou compartilhar o meu Roteiro Myanmar em 7 ida mostrando o que fiz exatamente durante 1 semana nesse país de gente simpática, comida interessante, poucos turistas e preços acessíveis.
Assim como o Nepal, o Myanmar é um país budista. Um budismo de uma vertente diferente, chamado teravada e, por isso, o que mais encontramos lá são templos e pagodas (guardem essa informação).
Além disso, o Myanmar também é um país muito pobre. 32% da sua população vive abaixo da linha de pobreza. Todas as cidades são no geral bastante sujas e as cidades grandes, como Yangon e Mandalay, têm trânsito pesado e muita buzinada no ouvido.
Vale lembrar que Yangon é a maior cidade, mas não é a capital. Antigamente, era Mandalay, mas foi substituída por Naypyitaw que foi construída só para abrigar a sede do governo.
Nós sacamos dinheiro direto no caixa eletrônico (eu moro em Vienna, na Áustria e pela praticidade do banco, faz muito tempo que não troco em casa de câmbio). Os caixas do aeroporto são bem seguros e nos dão uma cotação mais justa. A moeda do Myanmar é o kyat.
Na época, a cotação era €1 = 1.687 kyats. O dólar é bem aceito no país, mas só se a nota estiver em perfeitas condições.
Antes de viajar, precisamos providenciar um visto. Até uns anos atrás, o Myanmar ainda era um país regido por uma ditadura militarista e está aos poucos se abrindo ao mundo, mas o visto não é nada complicado. Ele pode ser obtido online, é o modo mais fácil (nesse link) e custa $50.
Eu preenchi os dados na aba “Tourist Visa” e no dia seguinte já tinha a carta de aprovação no meu e-mail, mas, por via das dúvidas, é melhor garantir pelo menos duas semanas antes da viagem para não correr o risco de não receber a tempo. Antes mesmo de embarcar para Yangon, os agentes de check-in da Thai Airways pediram a nossa carta para inserir os dados no sistema.
Para entrar no país, eles não pedem o certificado internacional de vacina da febre amarela, mas a Tailândia, SIM. Então, se forem passar pela Tailândia, não se esqueçam de providenciar a vacina e o cartão internacional previamente na Anvisa da sua cidade.
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Para fazer a busca dos hotéis, usamos sempre o booking.com e depois fazemos um comparativo com os preços oferecidos pelo hotels.com e pelo próprio site do hotel. Já conseguimos economizar mais de 150 euros por estadia dessa forma.
Ficamos em 3 hotéis diferentes no país. Todos com um excelente café da manhã incluso (ocidental e asiático), dois deles com piscina e serviços de massagem maravilhosos.
O custo-benefício da hotelaria no Myanmar é altíssimo e nós quisemos aproveitar isso, mas com certeza existem hospedagens para todos os bolsos (exatamente em frente ao nosso hotel em Yangon, tinha um hostel que parecia bem organizado e com um ambiente agradável)
2 noites em Yangon no The Loft Hotel: €90/noite – muito bem localizado, no centro de Yangon e menos de 2km a pé da principal atração da cidade
3 noites em Bagan no Bagan Umbra Hotel: €100/noite – além da beleza da piscina, fica do lado de uma churrascaria maravilhosa e oferece serviço de aluguel de e-bikes
1 noite em Mandalay no Hotel by the Red Canal: €115/noite – muito perto do palácio de Mandalay e tem o melhor restaurante indiano da cidade
Nós voamos por 10h de Copenhagen para Bangkok (BKK) com a Thai Airways (o voo custou €500 por pessoa, é muito mais barato do que voar para Fortaleza, por exemplo) e de lá para Yangon em mais 1h45 de voo.
Esse trecho foi comprado separado pela Thai Airways e custou uns €80, teria sido muito mais caro comprar em uma só reserva Copenhagen – Bangkok – Yangon, a única coisa chata disso foi ter que fazer imigração de entrada e saída em Bangkok em vez de apenas fazer a de trânsito, mas acontece.
Essa provavelmente também seria a maneira mais conveniente de sair do Brasil para o Myanmar, passando por Bangkok. O controle de passaporte em Yangon foi super tranquilo. Ninguém deu uma palavra. Entreguei o passaporte e a carta de aprovação do visto, eles carimbaram ambos e foi isso.
O transporte público do Myanmar, nas cidades grandes, é defasado. Desde o momento da chegada, lá no aeroporto, até a hora de ir embora, sempre usamos táxi. Aconselho também a baixar o Grab (seria o Uber asiático), ficamos revezando desses dois modos.
Só em Bagan que o esquema é diferente, a cidade é muito pequena e não tem táxi para ir de uma pagoda à outra, mas não é problema nenhum porque normalmente usamos a e-bike na cidade ou pode-se também usar o tuktuk.
Para as distâncias mais curtas, caminhamos sempre a pé. O Myanmar é muito seguro, eu não me senti em nenhum momento ameaçada ou assediada. Era muito tranquilo caminhar independente da hora.
O mais difícil para mim era atravessar as ruas porque tenho pânico de lugares que não tem faixa ou sinal de pedestre, mas chega um momento que a gente pega a manha deles. Por isso, a minha dica é: cola nas costas de um nativo e atravessa quando ele atravessar também.
Para fazer os trechos Yangon – Bagan e Bagan – Mandalay, usamos o site da JJ Bus (a melhor companhia birmanesa) e da OK Bus. A JJ Bus tem o serviço vip que conta com tablete a bordo, água, snacks, cobertor e as poltronas são altamente reclináveis.
Tudo isso por $20 em uma viagem noturna de 8h. Já a OK Bus te vende um serviço de ônibus, mas te manda uma van.
Foi uma viagem de 4h bem apertada, com muitas paradas no caminho e desconfortável, mas com água gratuita, te pegando no hotel em Bagan e te deixando no hotel em Mandalay. O trecho custou $9 e, por isso, não deu para reclamar.
ATENÇÃO! Diferente da Tailândia, os táxis são todos acabados, parece que as portas vão cair de tão velhos e não conte com ar-condicionado. Ah! Os carros deles têm a direção do lado contrário, mas eles não dirigem na mão inglesa, isso causa um estranhamento quando pegamos um táxi, mas fica mais tranquilo para atravessar a rua.
Boa pergunta! O Sudeste Asiático tem um tema delicado para os viajantes que são as monções, o período chuvoso, onde ninguém recomenda a viagem para esses países.
Eu confesso que saí de casa desmotivada e com muito medo de tudo dar errado. Os aplicativos de tempo só mostravam chuvas e quando chegamos em Yangon, estava caindo um toró imenso.
No segundo dia, quando fomos à Shwedagon Pagoda, tivemos que voltar para o hotel depois de 1h no complexo porque o temporal não dava condições de caminhar.
Eu fiquei arrasada, mas sabem o quê? Passou. Foi só isso e nunca mais choveu. Viajamos 1 semana no Myanmar e 1 semana na Tailândia, fomos para uma ilha e nunca mais vimos uma gota d’água.
Por isso, eu recomendo demais ir ao Sudeste Asiático nessa época. Os preços são reduzidos, tem menos turistas nos locais, é quente, mas não dá vontade de morrer e as passagens também são mais em conta. Não deixem comentários do tipo “vai passar o dia chovendo” abalar os planos de vocês e viajem!
É muito relativo. Eu fiquei quase satisfeita com o tempo que ficamos, mas se eu pudesse, teria ficado mais 2 dias na zona de Mandalay porque ali tinham mais dois lugares espetaculares para visitar, cada um a, mais ou menos, 1h30 de Mandalay: as Dee Doke Waterfalls e a Hsinbyume Pagoda. Sério, esses lugares são imperdíveis, mas eu tinha que escolher entre eles e a Tailândia.
Então, no geral, esses 7 dias são ótimos. Se você tiver mais tempo, acrescente esses 2 dias em Mandalay e mais alguns para conhecer também o Inle Lake e talvez ir à praia em Ngapali. Devem valer muito a pena! Ou seja, 2 semanas no Myanmar seria o ideal para quase zerar o país.
Comer no Myanmar é muito barato. Muito mais que na Tailândia, por exemplo. Tudo o que a gente leu sobre o país dizia que a comida era algo entre a tailandesa e a indiana e que não seria um grande atrativo. Sinceramente, não tivemos do que reclamar.
Comemos pratos saborosos, bem temperados e que custavam sempre entre €5 e €10 para duas pessoas com cervejas inclusas. Não gostamos muito de buscar onde comer, se passamos em frente e o lugar parece legal, entramos.
Nas cidades grandes, comíamos muito nessas barraquinhas de esquina que vendiam samosas e outras coisas que nem sei dizer o que eram.
O que eu recomendo fortemente é o restaurante Harmony BBQ em Bagan porque ele me lembra muito o Brasil. Cadeiras de plástico no meio da rua e vários espetinhos expostos para escolher e mandar assar. Fora as opções de fried noodles e fried rice que acompanhavam com uma cerveja geladíssima (tudo custando uns €10 para 2 pessoas).
Não estávamos interessados em comprar nada e era irritante o bastante ter que ficar negando atenção aos vendedores. Eles são insistentes ao extremo e, às vezes, eu até queria perder a paciência.
Porém, para quem quer lembrancinhas, saias longas e calças ou quadros com pinturas belíssimas, pode encontrar tudo isso à venda em todos os templos. Nem precisa fazer esforço para achar, o único esforço vai ser negociar o valor.
Nunca comprem pelo primeiro preço que eles oferecerem. No final, você vai se sentir um pouco vitorioso por ter conseguido um bom preço com o comerciante (ou não).
Como eu disse, o Myanmar é muito barato e o nosso maior gasto foi com as hospedagens. Esse valor pode ser reduzido drasticamente se você ficar em hostels e locais que tenham menos o perfil de resort.
Calculamos sempre o valor em euro por morarmos na Europa, lembrando que na baixa estação o euro estava a 1.687 kyats e que é muito mais provável que mude a cotação Euro-Real do que Euro-Kyat.
Hospedagem: €595 por 7 diárias para casal em 3 hotéis diferentes
Aéreo: €500 por pessoa para Bangkok e €160 para chegar e sair do Myanmar
Alimentação: de €10 a €20 por dia, dependendo do restaurante = aproximadamente €50 por pessoa
Passeios: €8 por duas diárias da e-bike em Bagan
Transporte rodoviário: $29; mais ou menos €26
Visto: $50; mais ou menos €45
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Total: €1292 por pessoa = R$5.868,00 (cotação de outubro de 2019)