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Pelo mundo

Caminho de Santiago: 9 coisas para saber antes de ir!

Acabo de lançar meu mais novo livro: BuenCamino – uma história orbital. Tentei colocar no papel as reflexões que tive quando me desliguei das redes sociais e do constante bombardeio de mensagens publicitárias da vida em uma sociedade de consumo e me conectei com a Natureza e a espiritualidade do Caminho de Santiago. Digo que troquei a putaria de GiraMundo, meu primeiro livro, por filosofia em BuenCamino. Por isso, sei que não é um para todo mundo. Muito pelo contrário. É um livro difícil, mas necessário.

Entretanto, um dos meus objetivos ao escrever esse livro é levar pessoas ao Caminho de Santiago assim como fui levado, e dar conselhos úteis à peregrinação. Por isso, mesmo que você não leia o livro, sinto a necessidade de compartilhar as últimas páginas da minha obra. Nelas, não escrevi minha história, mas dicas para quem quiser colocar a mochila nas costas e peregrinar rumo a Santiago de Compostela. Espero que te sejam úteis. BuenCamino! 

Sem vinho não há Caminho

Vi essa frase escrita em vários lugares e sou testemunha: ela é verdadeira! Quero dizer… você até pode fazer sua peregrinação sem beber uma gota de vinho, mas estará perdendo um dos melhores atrativos do Caminho. Seja qual for o trajeto que você escolher, vai passar por uma região produtora de vinhos maravilhosos e encontrará tesouros engarrafados por preços muito pequenos. Se você não gosta de vinho, é o momento perfeito para aprender a gostar.


Paradas “obrigatórias” podem não ser tão obrigatórias assim…

O maior atrativo do Caminho de Santiago é a experiência de peregrinação e a vida comunitária com outros peregrinos. Achei os museus e monumentos um tanto quanto artificiais. O Caminho, os povoados, as pessoas e as pequenas igrejas que conheci foram partes autênticas da experiência.

O resto… era dispensável. Não digo que você não deva visitar nenhum museu, apreciar obras de arte ou tirar alguma foto em um monumento. Só digo que nenhuma dessas coisas é um ponto de parada obrigatório em seu Caminho.


Qual o melhor momento para fazer o Caminho?

Gostei muito do momento em que fiz minha peregrinação: bem no meio do outono. Dizem que o Caminho é lotado no verão e desconfortavelmente quente. Já no inverno é o contrário, muito frio e vazio. E, por conta da falta de peregrinos, boa parte das hospedagens, bares e restaurantes pelo Caminho fica fechada, o que dificulta ainda mais as coisas. Minha recomendação é tentar ir no meio da primavera ou no meio do outono. Entretanto, acredito que cada um faz o Caminho quando tem que fazer. Foi minha percepção ao conversar com outros peregrinos.


Como preparar sua mochila?

O que você precisa levar vai depender muito da época do ano que você escolher para fazer o Caminho. Entretanto, tenha em mente carregar o mínimo necessário. Eu não fiz isso e tive que deixar algumas coisas pelo Caminho.

Meu conselho é ter pelo menos 3 mudas de roupa disponíveis e itens básicos de higiene pessoal. Além disso, um cantil, uma lanterna, uma capa de chuva e um protetor de mochila serão muito úteis.

Por último, saco de dormir, para evitar dormir em contato direto com os colchões dos albergues, e chinelos para ir no banheiro são importantes. Menos que isso é arriscado. Mais que isso é exagero. Tenha em mente que qualquer coisa que você precisar poderá encontrar em alguma lojinha ou albergue pelo Caminho.


Amor e sexo pelo Caminho

Rola e pra caramba! Eu não fiquei com ninguém porque, além de namorar a Carol, quis purificar meu espírito e minha mente durante minha peregrinação. Ou seja, estava focado em aproveitar meu Caminho de Santiago de uma forma mais reflexiva e menos carnal. Afinal, já me deitei com muita gente nas minhas viagens dos tempos de solteiro. Então, não seria uma coisa que daria muita importância mesmo se não estivesse namorando.

Entretanto, não julgo quem arranja uma companhia para esquentar as coisas na caminhada. E devo dizer que existe algo de afrodisíaco no Caminho. Talvez a mistura de temperos, vinho e chocolate com a aventura de viajantes por centenas de quilômetros no norte da Espanha seja a responsável. Mas, independentemente da causa, o fato é que vi muitos casais se formarem pelo Caminho. E a noite ouvi alguns performarem na escuridão dos quartos compartilhados nos albergues por onde passei!


Fé, religião e espiritualidade

O Caminho de Santiago é uma rota de peregrinação Católica. Quanto a isso, não há o que discutir. Entretanto, é uma jornada que abraça todas as religiões e crenças. Conheci católicos, evangélicos, judeus, mulçumanos, budistas, ateus e agnósticos na minha viagem.

O Caminho é repleto de marcos, escritos, pessoas, desenhos e palavras que estimulam o contato com a espiritualidade de cada um durante a peregrinação. É difícil de explicar, mas um dia você vai entender o que estou falando. Independentemente de qual seja sua fé, você vai encontrá-la e praticá-la pelo Caminho.


Ponto de partida e ponto de término

Existem muitos Caminhos de Santiago – o Caminho Primitivo, o Caminho de Inverno, o Caminho Português, entre outros. Além desses, existem pessoas que criam seus próprios caminhos de peregrinação rumo a Santiago de Compostela.

Entretanto, o Caminho de Santiago mais conhecido e tradicional é o Caminho Francês, que começa em Saint-Jean-Pied-de-Port. Foi esse o que eu segui, mas começando de Leon. Conheci muitas pessoas fazendo apenas pequenos trechos do Caminho Francês – o que é compreensível já que não é fácil ter o tempo e o dinheiro para fazer o trajeto completo.

Por isso, digo: você não precisa de um ponto de partida e chegada pré-estabelecido para fazer o Caminho de Santiago. O próprio Paulo Coelho, em seu livro O diário de um mago, terminou a caminhada em Cebreiro. Então a escolha do seu trajeto cabe única e inteiramente a você.

O único conselho que me sinto obrigado a te dar nesse aspecto é o seguinte: para conseguir a Compostela – seu certificado de peregrinação – você precisa ter andado por pelo menos 100km ou pedalado por 200km.


Dinheiro e gastos com a viagem


Em tese, não é uma viagem cara. Paguei seis euros na maioria dos albergues por onde me hospedei (mas sei que haveria um ajuste no ano seguinte). Além disso, os gastos com alimentação não são nada demais.

O menu do peregrino – uma refeição com entrada, prato principal, sobremesa e uma garrafa de vinho – custa geralmente dez euros. Apesar de ser em conta, não acho que essa opção vale a pena porque é ainda mais barato e gostoso comprar ingredientes frescos em um mercadinho local e cozinhar com outros peregrinos nos albergues. Nesse caso, o jantar custava entre três e nove euros. Tudo dependia da quantidade de vinho comprada para acompanhar a refeição.


O que esperar do Caminho de Santiago?

Não espere por nenhum milagre! Não espere por penitências e dificuldades. Não espere por igrejas lindas. Não espere por uma natureza mais linda do que a que temos no Brasil. Não espero por nenhuma dessas coisas. Não crie nenhuma expectativa. Apenas saiba de uma coisa. Caso você sinta no seu coração que deve fazer o Caminho de Santiago, existe alguma coisa lá esperando por você. Cabe a você encontrar essa coisa e não ao Caminho te entregá-la.

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Stefano Giorgi

Stefano Giorgi

Stefano Giorgi ou @ststefano é autor do bestseller GiraMundo, criador do Diário do Suicida Diário, viajante inconsequente, Thor de carnaval e redator de conteúdo digital nas horas vagas. É dele a famosa frase: a vida é ninfomaníaca, ela me phode todos os dias.

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