O norte do país ainda é bem desconhecido e pouco visitado pela maioria dos brasileiros, mas o Pará pode ser a porta de entrada perfeita para descobrir as maravilhas dessa região. Rico em biodiversidade, paisagens espetaculares e uma culinária com identidade própria e raízes indígenas, o Pará preenche todos aqueles quadradinhos que tornam uma viagem inesquecível!
Eu fiz uma viagem linda pelo Pará, passando por Alter do Chão e Cajutuba, há poucos anos que ficou marcada profundamente na minha memória. Impossível não se apaixonar pelo Rio Tapajós depois de assistir o pôr do sol enquanto mergulhava naquela água morna e transparente, com peixes saltando ao redor.
Primeira parada: Praia de Cajutuba
Voei de São Paulo para Santarém (fazendo conexão e escala), mas minha primeira parada foi mesmo a Praia de Cajutuba, cerca de 1 hora de carro do aeroporto de Santarém, já no município de Belterra. O Rio Tapajós tem uma infinidade de praias de areias branquinhas, que só aparecem no período da seca na região (agosto a novembro).
Fiquei 3 dias ali, numa pousada de frente pro rio, só contemplando aquela beleza da natureza, curtindo a praia de água doce e saboreando feliz da vida os vários peixes da região todos os dias. Na pousada eu era a única “forasteira” (de São Paulo, vejam só!), pois todos os outros hóspedes vinham de outras cidades da região norte mesmo, como Manaus, Macapá, Porto Velho, Belém.
Adorei escutar histórias de viagens deles pela região, as distâncias gigantescas até pra quem pensa que está acostumado às dimensões do Brasil. As dimensões amazônicas são mesmo um caso à parte.
Segunda parada: Alter do Chão
Bom, mas pra quem procura um lugar com mais estrutura, vá direto a Alter do Chão, não muito longe da cidade de Santarém, ainda parte desse município. Alter foi minha seguinte parada e é uma delícia, tem aquele climinha de cidadezinha de interior, e tem hotéis e pousadas pra diferentes gostos e bolsos, além de restaurantes, agências que organizam passeios.
Ilha do Amor
Tem também a deliciosa Ilha do Amor ali bem em frente à principal praça do distrito. É só atravessar um pedacinho do rio com um dos muito canoeiros que estão sempre por ali. A praia tem barracas com teto de sapê que servem bebidas, petiscos e pratos feitos com ingredientes da região. Não deixe de comer uma porção de filhote, peixe de rio que abunda por ali.
Ah… na Ilha do Amor tem uma trilha que te leva até o topo do monte onde você encontrará uma vista linda de Alter do Chão.
Amazônia paraense
Em Alter você pode escolher passar o dia todo curtindo a praia de água doce e cristalina, ou sair num passeio de barco ou voadeira para conhecer um pouco mais da Amazônia paraense. Cruzar o rio e chegar até um canal natural onde o rio Amazonas ganha facilmente a briga com o Tapajós, e poder ver um pouco da vida dos ribeirinhos e dos animais é uma experiência pra vida toda.
Ali fui recebida em uma das casas e pude ver a marca de onde a água chega na época da cheia, quando as famílias têm que mudar totalmente sua rotina para se adaptar ao rio. Nos fundos da casa, os macacos e bichos preguiça se deixam ver, mas só as preguiças se deixam fotografar. Aliás, uma família inteira delas.
Aqui cada casa tem sua canoa, único meio de transporte até mesmo para visitar um vizinho ou ir à igreja, e a vida é cadenciada pelo ritmo do rio e das estações, seca ou chuvosa.
Caminhada pela Floresta Nacional do Tapajós
Num outro dia, com a voadeira, chegamos até um pequeno povoado na beira do rio, e de lá partimos para uma caminhada por dentro da FLONA – Floresta Nacional do Tapajós. Senti na pele a umidade da selva tropical, era como caminhar numa sauna, e olha que as árvores nem deixam o sol chegar perto.


A floresta vai ficando mais densa e fechada conforme a gente se adentra, e até os formigueiros são obras impressionantes de engenharia da natureza. A caminhada terminou com uma bela comida caseira na casa de uma moradora do vilarejo e depois ainda um passeio de canoa por um igarapé, por entre as árvores meio submersas.
Na volta para Alter, não resistimos a uma paradinha no caminho para um banho de rio e fomos presenteados com um pôr do sol meio cor-de- rosa, meio alaranjado, desses que só vi no Tapajós.
Sairé
Como viajei em setembro, ainda tive a sorte de assistir o primeiro dia do Sairé, festa popular e folclórica de Alter do Chão que acontece todo ano nessa época. Além de danças e comidas tradicionais, há shows de artistas locais, e o ápice da festa é o confronto dos Botos Tucuxi e Cor de rosa (já ouviram falar do confronto dos bois de Parintins? Pois é, no Sairé de Alter do Chão, são botos no lugar dos bois).
De Alter fui direto para o aeroporto de Santarém e peguei um vôo a Belém. Vôo lindo, diga-se de passagem, sobrevoando os rios e a floresta. Meu próximo destino seria a Ilha de Marajó.
OLA GABI! TUDO BEM?
ADOREI LER SEU RELATO PORQUE ESTOU INDO PARA O ALTER PELA PRIMEIRA VEZ EM DUAS SEMANAS, JUSTAMENTE NA ÉPOCA EM QUE VOCÊ FOI. TAMBÉM PEGAREI 3 DIAS DE SAIRÉ. E QUERIA TE PERGUNTAR, FICA MUUUUIIIITO CHEIO POR CAUSA DO FESTIVAL?
NÃO SEI SE MINHAS EXPECTATIVAS CORRESPONDEM A REALIDADE, MAS NÃO ESTOU ESPERANDO UM PONTO TURÍSTICO, ENTUPIDO DE PESSOAS =/
FICAREI LÁ 8 DIAS. VOCÊ TEM MAIS DICAS? QUERIA VISITAR COMUNIDADES INDÍGENAS….
ABRAÇO, QUERIDA.
MILENA.