Fala viajantes! Hoje eu vim contar para vocês tudo sobre a minha viagem para Chapada dos Veadeiros no feriado de Tiradentes de 2017. Foram 3 dias super intensos e de muito aprendizado.
Apesar de estar ficando cada vez mais famosas nas redes sociais, acredito que a região tem ainda muito a ser explorada pelos turistas brasileiros. E, por isso estou escrevendo esse artigo, para ajudar vocês a se encantarem por esse paraíso tanto quanto eu.
Sobre a Chapada dos Veadeiros
A Chapada dos Veadeiros é um paraíso natural localizado no estado de Goiás. Recheada de trilhas, poços cristalinos e cachoeiras exuberantes, a Chapada dos Veadeiros é uma região que fica situada em um planalto de altitude bem no meio do cerrado brasileiro.
Os lugares mais conhecidos pelos turistas são o Alto Paraíso (porta de entrada) e regiões próximas como Cavalcante e a Vila de São Jorge que fica na entrada do Parque Nacional. Entretanto, pela região você encontra muitas cidades menores como: São João D’Aliança, Terezina e Colinas do Sul.
Assim como Machu Pichu, a Chapada dos Veadeiros tem uma energia muito especial e algumas pessoas dizem ver até ETs na região (você vai ser que é cheio de estátuas deles). É um local bem místico!
Onde se hospedar
A Chapada dos Veadeiros tem basicamente três polos: a vila de São Jorge, Alto Paraíso e Cavalcante. Esses três lugares são os mais procurados pelos visitantes e eu vou tentar explicar para vocês resumidamente os diferenciais de cada um deles.
São Jorge
Essa vila é ideal para quem gosta de acampar e curtir viagens mais roots. A vila fica na entrada do Parque Nacional, perto de muitas trilhas e é o point da galera mais jovem. Apesar de ter menos infraestrutura, a vila tem todo seu charme de terra batida, barraquinhas e uma galera simpática. Eu adorei ficar por lá. Eu escolhi o Camping Taiuá, considerado o melhor da vila.
Hospedagem em São Jorge: Pousada Alecrim do Campo, Pousada Caminho Das Cachoeiras e Pousada Namaste
Alto Paraíso
Com uma estrutura melhor, essa é a porta de entrada da Chapada do Veadeiros. É um ponto estratégico para quem quer ficar mais tempo visitando as cachoeiras da região. Por lá você vai encontrar muitas opções de pousadas, campings, restaurantes, borracheiros e banco.
Hospedagem em Alto Paraíso: Pousada Caminho De Santiago, Vila Toá, Pousada Meu Talento, Pousada Rancho dos Ipês
Cavalcante
Uma região ainda nova no roteiro turístico da região, Cavalcante ficou muito famosa por abrigar a famosa Cachoeira de Santa Bárbara, por lá você encontra muitas pousadinhas, mas vale lembrar que das três, ela é o ponto mais distante de Brasília e, que apesar de linda, é uma região que ainda está se desenvolvendo.
Obs: no caminho de Alto Paraíso com Cavalcante, tem várias pousadinhas e fazendas escondidas pela estrada recheadas de cachoeiras. Fiquei curiosa para me hospedar em uma delas. Se alguém tiver dicas deixa nos comentários, viu?
Hospedagem em Cavalcante: Pousada Manacá e Chalé Toca da Raposa.
Como chegar de Brasília
De carro
Eu achei chegar na Chapada dos Veadeiros mais cansativo do que complicado. A estrada Brasília – Alto Paríso é uma reta, com um asfalto ótimo para dirigir. Ou seja, você vai dirigir por 3h sem muitas preocupações, apenas o tédio.
Quando você chegar em Alto Paraíso, tem um trevo e você decide se fica em Alto Paraíso, segue para São Jorge (direita) ou vai para Cavalcante. Eu, por exemplo, saí de Brasília meia-noite e cheguei no Camping Tauá já era 3h da manhã, mas valeu muito a pena já acordar para fazer os passeios.
Brasília – Alto Paraíso: 250 km
Alto Paraíso – São Jorge: 32 km
Alto Paraíso – Cavalcante: 110 km
De ônibus
Atenção! As únicas empresas que fazem o trajeto de ônibus o trajeto Brasília – Chapadas dos Veadeiros são:
Viação Real Expresso: vai para Alto Paraíso e você pega o ônibus na Rodoviária Interestadual de Brasília;
Viação Santo Antônio: vai para São Jorge e Cavalcante e você pega o ônibus na Rodoviária do Plano Piloto de Brasília;
Para mais informações, sugiro que vocês liguem para a Rodoviária de Alto Paraíso (62) 3446-1359 ou para as empresas de ônibus que fazem o trajeto: Real Expresso (0800 61 73 23) / Santo Antônio
(61) 3234-8774.
Dica: É muito comum as pessoas pedirem carona para se deslocar pela região. No Camping Taiuá, eu mesma dei carona para um hóspede que estava indo de São Jorge para Alto Paraíso.
Que tipo de carro alugar
Para chegar na Chapada dos Veadeiros, sugiro que você alugue um carro alto para evitar problemas no aeroporto de Brasília. Eu aluguei uma Duster 1.6 e não me arrependi. Tem umas estradinhas de terra tipo a da cachoeira de Santa Bárbara que iriam judiar de um carro baixo 1.0, mas muita gente arrisca e dá certo!
Dica: A estrada de terra para as Cataratas dos Couros foi a melhor que pegamos durante a viagem, mas infelizmente na volta acabou chovendo e em questão de minutos ela ficou todas cheia de buracos.
O que fazer
Como vocês devem saber, a Chapada dos Veadeiros é recheada de coisas para fazer. São muitas trilhas e cachoeiras para você escolher. Eu separei as principais atrações de cada lugar, para facilitar a sua organização.
Obs: nas estradas vocês encontrarão várias placas falando de cachoeiras alternativas. Quem tiver tempo de explorar a região, sugiro se jogar nessas aventuras e depois me conta haha
Em São Jorge
- Morada do Sol: gratuita
- Mirante da Janela e Abismo: R$ 10
- Cachoeira do Segredo: R$ 35
- Canyons I e II: gratuita
- Cariocas: gratuita
- Saltos do Rio Preto: gratuita
Em Alto Paraíso
- Loquinhas e poços: entrada R$ 25
- Cristais
- Vale da lua: entrada R$ 20
- Almacegas I, II e São Bento: entrada R$ 30, lá tem tirolesa que está custando R$ 80
- Macaquinhos: gratuita
- Cataratas dos Couros: gratuita
Em Cavalcante
- Santa Bárbara e Santa Barbarinha: entrada R$ 20 + R$ 70 guia
- Candaru: gratuita + guia
- Capivara: gratuita + guia
- Rei da Prata: R$ 150 com guia obrigatório
Quanto custa uma viagem para a Chapada dos Veadeiros?
Esse ponto varia de acordo com o tipo de viagem que você gosta de fazer, do tipo de carro que pretende alugar, hospedagem e até mesmo de onde pretende comer. Eu vou dar uma noção de quanto gastei em 3 dias que acho que ajudará no seu planejamento.
- Passagem aérea: R$ 360 (ida e volta do Rio)
- Carro: R$ 170 a diária da Duster
- Gasolina: R$ 400
- Camping: R$ 90 por dia/pessoa
- Passeios: R$ 25 por dia/pessoa
- Santa Barbara: R$ 20 + R$ 70 guia
- Alimentação: R$ 60 por dia/pessoa
Eu estou aqui para contar tudo que eu aprendi e vocês entenderão porque eu já pretendo voltar para lá em outubro desse ano!
O que levar
O clima da Chapada dos Veadeiros varia muito. Eu que sou carioca, senti aquele friozinho básico a noite. Sem falar dos mosquitos! Então, eu fiz uma listinhas das coisas que eu levei sugiro que você também coloque na sua mala.
- Repelente (MUITO REPELENTE)
- Protetor solar
- Tênis + Meia
- Toalha
- Squeeze de água
- Casaquinho
- Roupas de banho
- Chinelo
- Roupas confortáveis para trilha
- Mochila para levar os lanchinhos da trilha
Onde comer
Se tem uma coisa que é bom de fazer na Chapada dos Veadeiros é comer bem, viu? Se você estiver indo para São Jorge, não pode deixar de visitar a Risoteria, o Restaurante Buriti e o Bar do Pelé.
Se você estiver em Cavalcante, não deixe de provar a galinha caipira do Rancho Kalunga. Você paga R$ 30 e come até passar mal. Tem galinha, peixe, arroz, feijão, aipim frito, abobóra, legumes, saladinha e outras opções. Para comer lá, é importante pedir para o seu guia reservar o almoço para depois da trilha. Você vai chegar com aquela fominha e vai estar tudo quentinho te esperando.
Dicas importantes
A Chapada dos Veadeiros como um todo é um lugar em que a natureza é muito viva. Por isso, listei alguns cuidados que eu acho que todo viajante deveria ter antes de ir explorar a região.
Para sua segurança
- As estradas de asfalto são muito boas, mas tenha muita atenção. Vários acidentes acontecem na região devido à essa “facilidade” da estrada;
- Cuidado com as estradas de terra! Muitos animais circulam pelas estradas e a combinação dos buracos e da poeira, pode provocar acidentes;
- É recomendado tomar a vacina da febre amarela pelo menos 10 dias antes de ir para a região da Chapada dos Veadeiros;
- Preste bastante atenção nas pedras soltas ao longo das trilhas. Vi muitas pessoas escorregando e caindo por descuido.
- Respeita as placas e as sinalizações das cachoeiras. Muitas pessoas acabam se machucando ou até morrendo por imprudência.
- Leve bastante água e lanches para as trilhas. Tem umas bem pesadas, então é sempre bom estar abastecido.
- Evite beber água nas trilhas, mesmo sendo de “nascentes”. Você verá alguns guias fazendo isso, mas muitos turistas acabam passando mal por não estarem acostumados.
- Cuidado com cobras e escorpiões gente. No Vale da Lua, por exemplo, eu fui avisada que tinham cobras nas pedras.
- Muita atenção a tromba d’água!!! Se estiver chovendo na cabeceira do rio, o volume de água pode aumentar muito rápido e você nem percebe. Acontece com frequência em Santa Bárbara e Catarata dos Couros. O nosso guia nos ensinou que um jeito de identificar quando vai ter tromba d’água é vendo a quantidade de folhas que estão descendo do rio e marcar um ponto onde a água estava batendo antes de você entrar no rio.
Informações importantes:
- Grande parte das cachoeiras ficam dentro de propriedades privadas e a entrada é cobrada em dinheiro (gira em torno de R$ 25 por pessoa);
- Apenas algumas cachoeiras exigem a contratação de guias locais, mas é importante entender os seus limites e contratar um profissional sempre que você achar necessário;
- É muito comum as pessoas pedirem carona para andar pela região. No Camping Taiuá, várias pessoas deixaram recadinhos na recepção pedindo caronas e sempre rolava;
- Apenas em Alto Paraíso você encontrará caixas eletrônicos, por isso sugiro que leve dinheiro em espécie. Imagina só o problemão se os caixas ficarem sem dinheiro.
Meu roteiro de 3 dias
Agora chegou a hora de contar o que eu fiz nesses 3 dias que estive na Chapada dos Veadeiros o último feriado de Tiradentes.
Chegada
Chegamos em Brasília na quinta-feira a noite, pegamos a Duster e seguimos rumo a São Jorge de noite mesmo. Saímos de Brasília 23:00 e chegamos no Camping Tauiá em São Jorge já era 3:00. A estrada foi bem tranquila, fizemos algumas paradas para beber café e tomar alguma coisa. Dica: deixamos o mapa no waze e evitamos mexer no celular, pois na metade da estrada acabou a internet.
Dia 1
No primeiro dia de viagem, acordamos 8h e fomos para Cavalcante visitar Santa Bárbara, Capivara e Candaru. A viagem durou umas 2:30h de São Jorge ao Quilombo Engenho II (onde contratamos o guia) e, por isso, só fizemos Santa Bárbara, Candaru e o almoço local. Tivemos que deixar a Capivara para uma outra oportunidade. Sugiro que você saia umas 6h de São Jorge que super dá tempo de fazer as três cachoeiras.
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Dia 2
No segundo dia, fomos conhecer Almécegas I e o Vale da Lua que são mais próximos de São Jorge. Devo confessar que estávamos cansados de dirigir, então acordamos um pouquinho mais tarde, tomamos café e fomos conhecer os dois lugares. Passamos o fim da tarde no Vale da Lua e lanchamos por lá mesmo, o que foi ótimo! A noite, fomos conhecer a Vila de São Jorge, passamos pelas lojinhas e jantamos na famosa Risoteria. Foi muito bom para desacelerar.
Dia 3
No terceiro e último dia de viagem, nós fomos conhecer Loquinhas e as Cataratas dos Couros. Como elas ficam no caminho de volta para Brasília, foi a melhor opção que encontramos para conhecer esses dois paraísos.
Infelizmente, como havia chuvido muito na cabeceira do rio, os poços super transparentes de Loquinhas estavam bem sujos e tivemos que ir direto para Couros que me impressionou por sua grandiosidade e por sua estrada muito bem cuidada.
Essa foi uma das cachoeiras que mais gostamos de ir. Ficamos horas tomando banho nas quedas e tirando fotos com os arco-íris. O céu estava azulzinho, mas quando fomos fazer a trilha para conhecer a segunda (dizem que é a mais bonita) e terceira queda começou a chover MUITO e tivemos que abortar a missão.
Como estava chovendo, decidimos almoçar no Racho da dona Eleusa e voltar antes do previsto para Brasília. Ficamos com medo de pegar muita chuva na estrada, mas como o tempo é louco, logo parou de chover e o nosso retorno para Brasília foi super tranquilo.