Sabe aquelas pessoas que dizem que viajar é um investimento? Então, eu sou uma delas. Na verdade eu não sou apenas mais uma delas, eu sou a prova de que viajar realmente transforma o ser humano, intelectualmente, culturalmente e até psicologicamente. Eu tinha tudo para ser uma pessoa tradicional da classe média, que estuda, trabalha, vive a correria do dia a dia, sacrifica momentos pessoais em prol de uma carreira e da tão sonhada estabilidade financeira. Eu não digo que eu não faço tudo isso, sim eu faço, mas eu tenho uma grande prioridade na minha vida: VIAJAR.
Minha primeira vez fora do Brasil
Tudo começou em 2011, o ano que eu saí pela primeira vez do Brasil. Minha mãe resolveu quebrar o cofrinho e nos levar para Nova York. O trato era eu me bancar por lá, pois a grana só dava para pagar a minha passagem aérea. Para isso, eu juntei todo o meu salário de estagiária na época e consegui juntar as minhas primeiras doletas. Era pouco, mas para mim já era uma vitória. Eu não tinha problema em ficar em casa, enquanto amigos saiam para jantar e fazer umas comprinhas. Tudo era voltado para a minha viagem e meu foco era TOTAL. Conclusão: eu viajei e amei. Descobri um novo universo e não me arrependi nenhum segundo de toda a economia que eu fiz.
Meu primeiro intercâmbio
Minha mãe sempre trabalhou muito para me sustentar e nunca “sobrou” uma graninha para esse tipo de investimento. Depois que eu tive o gostinho de Nova York, eu me enchi de coragem e foquei para realizar o meu maior sonho: fazer um intercâmbio. Eu percebi que já estava na hora de sair, mais uma vez, da minha zona de conforto e tentar juntar uma graninha para alcançar meus objetivos. Foi aí que eu caí dentro de freelas, trabalhos com eventos e estágio. Juntei por 6 meses todo e qualquer dinheiro que entrava na minha conta. Eu procurei o programa de intercâmbio mais barato do mercado e descobri o Work Experience da Disney. Nele eu pagava poucas taxas e precisava apenas da passagem e visto. Essa era a minha grande oportunidade!
Apesar do meu inglês ser bem básico, eu coloquei um sorriso no rosto e me joguei no processo seletivo. E, para minha surpresa, eu passei. Sim, eu viajei com o dinheiro contado, trabalhei muito lá, juntei um dim dim e fiquei 20 dias viajando pela Califórnia. Na época, eu sofri um certo “bullying” das pessoas próximas a mim, intercâmbio para muitas delas era um grande desperdício, algo muito caro e para pessoas com muito dinheiro. As maiores perguntas eram: Por que você não compra um carro? Por que você não guarda esse dinheiro?
Para mim esse intercâmbio foi uma grande vitória pessoal. Eu superei preconceitos, meus medos, aprendi inglês como nunca, saí de casa pela primeira vez, fiz muitos amigos e, ao todo, foram 3 meses incríveis da minha vida que dinheiro nenhum do mundo iria pagar.
Você acha que acabou por aí?
Nada disso! Eu voltei para o Brasil em 2012 e no mesmo ano comecei a correr atrás de uma bolsa de estudo. Depois de viajar e provar o gostinho do intercâmbio, eu precisava viver tudo aquilo novamente, mas agora eu queria mais, muito mais. Pois bem, para a minha sorte eu passei para o Ciência sem Fronteiras e no final de 2012 lá estava eu indo para Portugal, indo estudar em uma nova universidade por 1 ano, isso mesmo e sem gastar nenhum centavo do meu bolso. Eu foquei nos estudos e nas viagens, aquela era a minha hora. Todos os meus medos e preconceitos foram deixados no Brasil e a Europa ficou pequena para toda a minha sede de viajar.


Viajei sozinha, com amigos, namorado… eu posso dizer que na minha conta entraram 22 países, muito inglês, muitos amigos e eu tive a maior certeza da minha vida: EU SOU APAIXONADA POR VIAGENS E ISSO VAI SEMPRE FAZER PARTE DA MINHA VIDA! Eu voltei uma outra Amanda para o Brasil, muito mais completa, confiante e com uma bagagem cultural incrível. Ouso dizer que consigo conversar com os mais diversos tipos de pessoas, aprendi muito sobre outras culturas e o principal, aprendi a respeitar as diferenças.
Mas e depois do intercâmbio?
Quando eu retornei para o Brasil em 2013 eu me vi confusa e ansiosa sobre a vida. Eu tinha 21 anos e a faculdade estava acabando, as responsabilidades da vida adulta começaram a aparecer e eu não queria deixar a viajante que existia em mim ficasse apenas guardada nas memórias de viagem. Por diversas vezes me senti angustiada, caindo na rotina, com medo de “crescer” e virar uma pessoa acomodada.
Sabe o que eu fiz? Separei parte do meu orçamento todo mês para viajar, criei o Prefiro Viajar e revi todas as minhas prioridades. Comecei a visitar todos os meus amigos do intercâmbio pelo Brasil e fiz com que VIAJAR fizesse parte da minha rotina.
Eu tenho sede de viagem. Fome de novas aventuras. Tenho uma vontade gritante de sair do comum, de me aventurar com as coisas que eu não conheço. Tem coisa mais gostosa do que chegar em um lugar, abrir o mapa e explorar? Só de lembrar da sensação do avião decolando, o meu dia já se enche de alegria. Essa é a minha motivação, é a minha chance de ver que eu sou um pedacinho muito muito pequeno desse mundo enorme. Tem tanta coisa acontecendo ao nosso redor para ficarmos presos no nosso mundinho.
Mas Amanda, você é uma exceção. Você é sortuda, eu nunca vou conseguir. Claro que você vai! Eu não sou diferente da maioria de brasileiros do nosso país. Estamos em uma época de recesso sim e economizar faz parte da rotina de todos. Não dá para viajar com a frequência que você gostaria? Então planeje-se, organize as finanças, busque maneiras de lidar com as suas limitações, mas viaje. Não deixe que as dificuldades do dia a dia engula você. Use as viagens para abrir a cabeça, superar o estresse e curtir você mesmo. Eu estou aqui para te ajudar!

Praia do Coqueirinho

Foz do Iguaçu

Serra Gaúcha
Hoje eu planejo meus feriados com antecedência. Busco sempre viajar nas folgas do trabalho e da forma mais barata possível. Não me preocupo com o luxo e com o que as outras pessoas vão pensar. Não vivo de aparência, apenas invisto em viagens e no meu crescimento pessoal. Viajar é mais do que uma paixão é uma necessidade na minha vida. Existem pessoas que se sentem realizadas com coisas materiais, já eu Prefiro Viajar.