Oi pessoal, eu sou a Carol tenho 24 anos, moro em São Paulo, formada em administração, trabalho com marketing e desde quando me lembro tenho uma paixão: VIAJAR! Mas, mais do que isso amo pensar em novos roteiros, novas possibilidades de viagem, etc..
Vim aqui contar um pouco sobre minha viagem sozinha pela América do Sul, o roteiro foi: Bogotá -> La Paz -> Cusco -> Lima.
Tentei levantar as principais perguntas que sempre me fazem quando falo que viajei sozinha. E, espero poder ajudar aquelas meninas que têm vontade de se jogar sozinhas no mundo e possuem dúvidas ou até mesmo para quem que tem vontade de fazer um roteiro parecido e está em busca de dicas.
1. Por que fui sozinha?
Primeiro: porque nem todas as pessoas se sentiam atraídas pelo roteiro que eu pensava em fazer ou mesmo pela América do Sul.
Segundo: eu realmente queria minhas férias e não deixaria de viajar.
Terceiro: eu já tinha viajado sozinha antes (ok, foi na Europa), então não via problema no ‘ficar sozinha’.
2. Alguém tentou me convencer de não ir/postergar a viagem/procurar outro roteiro?
Siiim!! Primeiramente meus pais tiveram resistência, afinal não era a viagem que eles sonhavam que eu fosse fazer sozinha, mas com muita conversa e mostrando que não seria tão “louca” a viagem, eles acabaram ficando um pouco mais tranquilos (óbvio que eu também ajudei e mandei notícias todos os dias para eles).
Além dos meus pais, vi muita gente com aquele olhar de julgamento quando eu falava da viagem, imagino que me achassem “sem noção”. Felizmente, também tiveram algumas (poucas) pessoas que não viam nada demais no roteiro e incentivavam, me apeguei ao olhar dessas pessoas e fui!
3. Não é solitário viajar sozinha?
Eu não acho. Aproveito quando estou sozinha para admirar mais os locais da viagem, então, às vezes acabo passando um bom tempo em um café ou em um parque ou uma praça mesmo observando o lugar, as pessoas, quando percebo já estou fazendo reflexões pessoais.
Claro que nem só disso se faz a viagem, mas aproveito o tempo sozinha para ler um livro, entender mais sobre os locais que estou visitando (por exemplo, em Bogotá, comprei um livro sobre a colonização da Colombia para entender um pouco mais), enfim, acredito que esse tempo que você passa sozinho, você acaba se encontrando e não se sente sozinha.
Além disso, você acaba sempre conhecendo pessoas novas, seja no hostel enquanto está comendo/bebendo alguma coisa ou em algum passeio que você for fazer. Eu, por exemplo, cheguei na entrada de Machu Picchu e queria muito contratar um guia para poder ver as ruínas e entender alguma coisa, eu já tinha lido que os guias acabavam juntando pessoas ali na porta mesmo, então só era preciso ter paciência para formar um mini grupo.
Porém, o dia que subi para Machu Picchu estava chovendo um pouco, logo minha paciência era mínima para esperar o grupo se formar, até que apareceram dois irmãos que também queriam um guia e fizemos o passeio juntos. Resumo: eram brasileiros, também moravam em São Paulo, fizemos o tour juntos, depois fizemos uma das trilhas, conversamos até achar pessoas em comum…ou seja, mesmo se você for tímida dá para não se sentir sozinha.
4. Como eu organizei a viagem?
Sempre antes de viajar para qualquer lugar tento ler bastante sobre o local, muito por curiosidade minha, gosto de já chegar sabendo um pouco sobre o lugar. Nessa viagem não foi diferente, então entrei em vários blogs de viagem e li os roteiros que outras pessoas já tinham feito, dicas, tudo que tinha disponível… é algo mega simples, afinal só dar um google “Roteiro Cusco”, ler as 3 ou 5 primeiras páginas que aparecerem e garanto que você já vai ter bastante informação para montar o roteiro.
Lei mais: Confira as nossas dicas sobre a América do Sul
Roteiro: Então, depois das pesquisas, comecei a desenhar o roteiro e os custos, e aí é ter paciência, porque às vezes você descobre que se pegar um voo mais tarde vai sair mais barato, mas talvez perca algo no próximo destino ou talvez tenha que ficar mais um lugar e pagar mais uma diária de hotel/hostel.
Sinceramente, nessa parte ainda não descobri nenhuma receita, acabo sempre desenhando um roteiro que imagino, então, x dias aqui, y dias ali e aí vou ajustando.
Na viagem pela América do Sul, fui com tuuudo reservado já (mesmo vários blogs falando que dava para chegar na hora e procurar), para evitar dor de cabeça preferi sair com tudo reservado. Então, sai daqui com todas as passagens compradas e hostels reservados.
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Passeios: Os passeios eu fechei todos lá, com exceção de Machu Picchu que é preciso comprar com antecedência e o meu primeiro passeio em La Paz (na sorte, achei contato de uma agência em um blog e mandei email e deu certo!)
Hospedagem: Fiquei em hostel em todas as cidades, acho que algo legal que eu acabei fazendo nessa viagem foi variar no tipo dos quartos tanto por uma questão de conforto quanto de custo. Em Bogotá, fiquei em um quarto compartilhado misto para 6 pessoas, como era começo da viagem, tudo bem se tivesse alguém no quarto que não me deixasse dormir ou que chegasse bêbado (nesse caso, tinham umas argentinas que chegavam de madrugada no quarto e conversavam a vida inteira delas como se não tivesse ninguém dormindo…faz parte, paciência).
Já em La Paz preferi ficar em um quarto só para mulheres, na esperança de que seria um quarto mais tranquilo para que eu pudesse descansar para o final da viagem (funcionou, as meninas do quarto eram mega tranquilas).
Acho que dar essa variada nos quartos que ajuda a não correr o risco de ficar sem dormir por causa das pessoas no quarto, afinal quando dividimos quarto esse risco sempre existe, por causa disso também evitei quartos muuuitos grandes (8 ou mais pessoas), porque se tivesse qualquer grupo, por menor que fosse, que não quisesse dormir, eu sempre seria minoria, ou seja, não teria muito o que fazer.
5. Se eu não tinha medo antes de ir?
Claro que tinha! Afinal, estaria longe de casa e se algo acontecesse poderia não ser tão simples de resolver. Meu maior medo era se precisasse ir em um hospital ou tivesse algum problema, por exemplo, com a reserva do hostel/perder voo/ ficar sem dinheiro/ perder passaporte e aí teria que me virar sozinha, não teria um braço amigo para apoiar.
6. Se eu tive medo enquanto estava na viagem?
NENHUM! Acho que tomei cuidados que eu tenho no Brasil em qualquer cidade grande, como: evitar andar a noite nas ruas escuras ou até mesmo sozinha, não andar com celular/câmera a vista, tentar parece menos ‘gringa’ possível, ou seja, acho que nada demais.
Por exemplo, em Bogotá fiquei muito próxima da Zona Rosa, fui jantar e caminhar por a noite na região, óbvio evitei as ruas mais escuras, mas pura precaução porque não vi nada que me deixasse com medo. ‘Ah Carol, mas e em La Paz?’ Sinceramente, não sai muito a noite por lá primeiro porque chegava cansada dos passeios (provavelmente impacto da altitude) e meu hostel embora fosse bem localizado não tinham muitos restaurantes/bares por perto, então eu andava por tudo, fazia os passeios até não aguentar mais e voltava para o hostel quando estava escurecendo já, comia por lá mesmo e ia descansar.
Cusco e Lima achei muito parecidos com Bogotá, em Cusco estava sozinha, ia e voltava do centrinho caminhando de dia e a noite, achei mega tranquilo. Lima, embora estivesse com meus pais, também andamos bastante e não vimos nenhuma ‘ameaça’, claro que por ser uma cidade maior, em Lima usamos mais táxi para as distâncias maiores.
Resumo: tomando os cuidados básicos não vi nenhum problema em estar sozinha.
7. Não saiu mais cara a viagem por estar sozinha?
Desde o começo da viagem eu não queria gastar muito, queria uma viagem legal, sem perrengue, mas também sem ostentar. O que isso significa na prática: fiquei em hostel com quarto compartilhado, mas também comi em restaurantes típicos e com comida boa pelo menos uma vez em cada cidade, afinal sem isso você não chega no fim da viagem (La Paz era a mais complicada, muita comida na rua, sendo feita na hora, mas ainda assim comi em lugar legal).
No fim, o total da viagem: todas as passagens (incluindo a de última hora para Cusco) + hospedagens + transporte + passeios + comida + lembrancinhas deu em torno de R$8.000. Sem a passagem de última hora teria ficado em torno de R$6.000 para 15 dias! (estou tirando Lima da conta, afinal com meus pais rolou um upgrade na viagem).
IMPORTANTE: A parte mais cara foi toda a parte de Machu Picchu (trem até Aguascalientes, hospedagem lá, ônibus até a entrada de Machu Picchu -não fiz a trilha- entrada de Machu Picchu), mas essa parte é indiferente se você estiver sozinha ou não, afinal todos os custos são por pessoa.
CURIOSIDADE: fui só com dólar e fui trocando dinheiro conforme foi preciso, procurando as casas de câmbio com melhor valor. Bogotá, Cusco e Lima era super tranquilo trocar e você achava várias casas de câmbio na rua, eu perguntava em umas 3 – 4 quanto estava para trocar e ia na melhor. Em La Paz, procurei um pouco mais por medo mesmo de cair em alguma furada, mas deu tudo certo.
8. Tive que deixar de fazer alguma coisa por estar sozinha?
Não! Na parte dos passeios turísticos fiz todos que planejei e me interessavam, não fui nos bares ou baladas, mas muito mais porque não estava afim, porque preferia ficar tranquila e descansar, mas não porque estava sozinha, afinal ficando em hostel você sempre encontra um pessoal que animado para sair, aí basta socializar 😉
9. Algo que me arrependo ou que não deu certo?
Fiquei triste de não ter ido a Copacabana e Puno como estava previsto no meu roteiro. Isso porque tive um imprevisto no passeio da estrada da morte em La Paz, cai da bicicleta (sim, pode rir) e machuquei minha perna (vários roxos, um deles ainda existe mais de um ano depois do acontecimento), aí preferi dar uma descansada para não prejudicar a parte mais esperada da viagem que era Machu Picchu.
10. Alguma dica?
Acho que a principal dica que eu posso dar é: se você tem vontade de conhecer algum lugar e está postergando por falta de companhia, vai logo preparar seu roteiro e se joga na viagem! Como eu disse, não me privei de nada, acho que tomei cuidados básicos e não tive nenhum problema.
Ler sobre o lugar antes e planejar a viagem acho algo essencial para qualquer destino, você evita cair em ciladas de turistas que tem em todo lugar, mas tenho certeza que se você cair sozinha na cilada, vai se sentir bem pior..então, sempre bom evitar 🙂
Acho que essas são as principais questões que eu já tive que responder, espero que ajude vocês! Enquanto isso, eu já preparo minhas férias desse ano e, para não perder o costume, devo ir sozinha de novo 😉
Muito bom!!! O importante é se sentir bem sozinha e encarar os desafios, conhecer pessoas novas e locais interessante.
Esperamos mais dicas.
Que legal! Adorei….